Manifesto Antropófago

Ago 28, 2021
admin
O Grupo dos Cinco, um colectivo de arte modernista que manteve os princípios da Semana de Arte Moderna de 1922.

“Uma mulher Tapuya com partes do corpo humano” de Albert Eckhout.

Escrito em prosa poética no estilo modernista de Une Saison en Enfer de Rimbaud, o Manifesto Antropófago é mais diretamente político do que o manifesto anterior de Oswald, Manifesto Pau-Brasil, que foi criado no interesse de propagar uma poesia brasileira para exportação. O “Manifesto” tem sido frequentemente interpretado como um ensaio em que o principal argumento propõe que a história brasileira de “canibalização” de outras culturas é a sua maior força, enquanto joga com o interesse primitivista dos modernistas no canibalismo como um suposto rito tribal. O canibalismo torna-se uma forma do Brasil se afirmar contra o domínio cultural pós-colonial europeu.

Uma das linhas icônicas do Manifesto, escrita em inglês no original, é “Tupi ou não Tupi: essa é a questão”. A linha é simultaneamente uma celebração do Tupi, que praticou certas formas de canibalismo ritual (como detalhado nos escritos do século XVI de André Thévet, Hans Staden e Jean de Léry), e uma instância metafórica de canibalismo: ele come Shakespeare. Por outro lado, alguns críticos argumentam que Antropofagia como movimento era demasiado heterogéneo para que dele se pudessem extrair argumentos abrangentes, e que muitas vezes tinha pouco a ver com uma política cultural pós-colonial.

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