Uma linha do tempo dos principais acontecimentos dos 40 anos de guerras no Afeganistão

Set 24, 2021
admin

KABUL, Afeganistão (AP) – A antiga União Soviética marchou para o Afeganistão na véspera de Natal de 1979, afirmando ter sido convidada pelo novo líder comunista afegão, Babrak Karmal, colocando o país num caminho de 40 anos de guerras e conflitos aparentemente intermináveis.

Mais de 5 milhões de afegãos fugiram para o Paquistão e 3 milhões para o Irão depois de 1980, e hoje, os afegãos ainda constituem a segunda maior população de refugiados do mundo. Após os ataques terroristas de 11 de setembro nos Estados Unidos, os EUA invadiram o Afeganistão para expulsar o regime talibã, que tinha abrigado o líder da Al-Qaeda Osama bin Laden.

Agora, após 18 anos de guerra, surgiu a possibilidade de paz quando os Estados Unidos e o Talibã assinaram um acordo de paz no sábado, um acordo que poderia oferecer um vislumbre de esperança aos afegãos cansados da guerra.

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Aqui está uma linha do tempo com algumas datas-chave nos 40 anos de guerras do Afeganistão:

25 de dezembro de 1979 – O Exército Vermelho Soviético atravessa o rio Oxus no Afeganistão. No vizinho Paquistão, os mujahedines afegãos, ou guerreiros santos islâmicos, estão se reunindo, armados e financiados pelos EUA para uma guerra anticomunista.

1980s – A operação secreta da CIA Cyclone funciona armas e dinheiro para a guerra através do ditador paquistanês Mohammed Zia-ul Haq, que apela aos países muçulmanos para que enviem voluntários para lutar no Afeganistão. Bin Laden está entre os milhares de voluntários.

1983 – O Presidente Ronald Reagan reúne-se com líderes mujahedeen, chamando-os de combatentes da liberdade, na Casa Branca.

Setembro de 1986 – Os EUA fornecem aos mujahedeen mísseis Stinger antiaéreos de ombro, que deram a volta ao curso da guerra e aceleraram a retirada soviética negociada.

Janeiro de 1987 – O presidente comunista afegão Najibullah lança o Programa de Reconciliação Nacional para encorajar os mujahedeen a juntarem-se a um novo governo de reconciliação nacional; eles recusam.

Fev. 15, 1989 – O último soldado soviético deixa o Afeganistão, terminando 10 anos de ocupação

Abril de 1992 – Os grupos mujahedeen entram em Cabul enquanto o Najibullah tenta fugir. Ele é detido no aeroporto e colocado sob prisão domiciliar num complexo da ONU.

1992-1996 – Um acordo de partilha de poder entre sete líderes mujahedes desmorona e eles passam quatro anos lutando entre si; grande parte de Cabul é destruída e quase 50.000 pessoas são mortas.

1994 – Os Talibãs emergem no sul de Kandahar, principalmente das fileiras de antigos combatentes mujahedes. Eles tomam conta da província, estabelecendo uma regra aderindo a uma interpretação estrita do Islão.

Set. 26, 1996 – Os Talibãs tomam Cabul depois de varrerem o país com quase nenhuma luta; o líder tajique da Aliança do Norte Ahmed Shah Masood e suas forças recuam para o norte em direção ao Vale Panjshir. Os Talibãs enforcam Najibullah e seu irmão.

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1996-2001 – Embora inicialmente acolhido como um fim da luta, o Talibã governa com mão pesada sob o Mullah Mohammed Omar, impondo rigorosos éditos islâmicos, negando às mulheres o direito ao trabalho e às meninas o direito de ir à escola. Castigos e execuções são realizados em público.

2000 – O Taliban erradica a produção de ópio mas os trabalhadores que viviam dos campos de papoilas tornam-se ainda mais pobres.

Março 2001 – O Taliban dinamita as maiores estátuas de Buda em pé do mundo na província de Bamyan, para choque global.

Set. 9, 2001 – Dois bombistas suicidas de língua árabe, fazendo-se passar por jornalistas com passaporte belga, matam Masood na província de Takhar, dois dias antes dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001.

Setembro de 2001 – Washington dá ao Mullah Omar um ultimato: entregar Bin Laden e desmantelar campos de treino militantes ou preparar-se para ser atacado. O líder talibã recusa-se.

Out. 7, 2001 – Uma coligação liderada pelos EUA lança uma invasão do Afeganistão.

Nov. 13, 2001 – Os Talibãs fogem de Cabul para Kandahar como os EUA -liderou as marchas da coalizão na capital afegã com a Aliança do Norte.

5 de dezembro de 2001 __ O Acordo de Bonn é assinado em Bonn, Alemanha, dando a maioria do poder aos principais atores da Aliança do Norte e fortalecendo os senhores da guerra que haviam governado entre 1992 e 1996. Hamid Karzai, uma etnia Pashtun como a maioria dos Talibãs, é nomeado presidente.

Dez. 7, 2001 – O Mullah Omar deixa Kandahar e o regime Talibã entra oficialmente em colapso.

13 de dezembro de 2001 – Karzai chega a Cabul; ao contrário do Acordo de Bonn, milícias leais aos senhores da guerra também entram na capital afegã.

22 de dezembro de 2001 – Karzai toma posse como presidente de um conselho de 29 membros estabelecido sob o Acordo de Bonn.

2004 e 2009 – São realizadas eleições gerais e Karzai é eleito presidente por dois mandatos consecutivos, o limite sob a constituição afegã.

5 de abril de 2014 – Resultados eleitorais profundamente errados nos dois primeiros colocados, Ashraf Ghani e Abdullah Abdullah, ambos reivindicando a vitória. O secretário de Estado americano John Kerry negocia um acordo de partilha de poder para um governo chamado de Unidade, com Ghani como presidente e Abdullah como chefe executivo.

8 de dezembro de 2014 – As tropas americanas e da OTAN terminam formalmente a sua missão de combate, fazendo a transição para um papel de apoio e treinamento, embora o presidente Barack Obama tenha autorizado os EUA.Forças dos EUA a realizar operações contra alvos do Talibã e da Al Qaeda.

2015-2018 – O Talibã aumenta ainda mais, encenando ataques quase diários contra as forças afegãs e americanas; dezenas de civis morrem no fogo cruzado. Um grupo estatal islâmico afiliado emerge no leste; o Talibã toma o controle de quase metade do país.

Setembro de 2018 – Procurando cumprir sua promessa eleitoral de trazer tropas americanas para casa, o presidente Donald Trump nomeia o veterano diplomata afegão-americano Zalmay Khalilzad como negociador com o Talibã.

2018-2019 – Zalmay se envolve em conversações com o Talibã, principalmente no estado árabe do Golfo do Qatar, onde os insurgentes mantêm um cargo político. Os Talibãs recusam-se a negociar com o governo de Cabul

Set. 9, 2019 – Após uma escalada particularmente intensa dos ataques Talibãs, incluindo um bombardeio em Cabul que matou um soldado americano, Trump sucata as conversações com o Talibã.

Set. 28, 2019 – As eleições presidenciais são realizadas mas os resultados oficiais não são conhecidos por meses.

Nov. 24, 2019 – Trump visita as tropas americanas no Afeganistão no Dia de Ação de Graças, diz que o Talibã quer fazer um acordo e sinaliza que as negociações do Qatar estão de volta.

Fev. 15, 2020 – Washington diz que uma “redução temporária da violência” foi acordada com o Talibã como o primeiro passo para um acordo de paz final.

18 de fevereiro de 2020 – A comissão eleitoral do Afeganistão declara Ghani o vencedor oficial das eleições de setembro; seu rival Abdullah se recusa a reconhecer os resultados e em vez disso se declara o vencedor.

29 de fevereiro de 2020 – Os EUA e os Talibãs assinam um acordo em Doha, no Qatar, que prevê a retirada das tropas americanas do Afeganistão; o acordo também prevê conversações intra-Afeganistão sobre um futuro roteiro político.

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