O hidrogénio metálico seria o derradeiro combustível – se o conseguirmos fazer
Por Michael Brooks
Quem teria imaginado que o maior material de maravilha do mundo poderia gerar tanto calor? Infelizmente, não é o tipo de calor útil e térmico. Ou pelo menos, ainda não. Depois de mais de 90 anos de tentativas de criar hidrogênio na forma metálica, a única saída verificável tem sido o atrito entre aqueles que o procuram.
Ser o primeiro a produzir hidrogênio metálico seria uma grande conquista. Tão grande que vários grupos de pesquisadores já reivindicaram sucesso. Mas os seus rivais são altamente cépticos. A resposta à última afirmação, publicada em junho, é típica. “Este artigo é muito barulho sobre nada”, diz Ranga Dias da Universidade de Rochester, em Nova York. Você pode pensar que isso é duro, mas é exatamente o que os autores do novo artigo disseram sobre sua própria alegação a partir de 2017.
Todo esse agravamento vem do fato de que as apostas são tão altas. Os defensores do hidrogênio metálico afirmam que esta versão do elemento comum poderia revolucionar a ciência e a tecnologia. Por um lado, poderia ser um combustível de foguete revolucionário, com sua conversão de volta em hidrogênio molecular, liberando enormes quantidades de calor. Depois há as grandes esperanças dos cientistas planetários: pensa-se que os núcleos de gigantes de gás, como Júpiter, são compostos pelo material. Se conseguíssemos fazê-lo no laboratório, poderíamos ser capazes de entender como estes planetas se formam. Talvez o mais aliciante de tudo seja a capacidade rumorosa do hidrogênio metálico de superconduzir à temperatura ambiente, permitindo que a eletricidade flua sem perdas de energia. Para todos …