Seis Razões Porque o Muro é Santo

Jan 5, 2022
admin

1) Local do Templo Sagrado

O Muro Ocidental é um remanescente sobrevivente do Monte do Templo em Jerusalém, que foi destruído pelos romanos em 70 d.C. O Templo era o centro do mundo espiritual, o principal conduto para o fluxo da divindade. Quando o Templo ficou de pé, o mundo estava cheio de admiração por Deus e apreço pelo gênio da Torá.

A tradição judaica ensina que toda a criação começou em Jerusalém. O epicentro é o Monte Moriah, conhecido pelos místicos como “a pedra de irrigação”. O nome “Moriah” é na verdade um jogo de palavras: “Moriah é o lugar de onde sai a instrução Torah (horah); de onde sai o medo do céu (yirah); de onde sai a luz (orah)”

É aqui, no Monte Moriah, que Isaac foi obrigado a sacrificar-se. E é aqui que seu filho Jacó sonhou com a escada subindo ao céu.

Embora outras partes do Muro de Retenção do Monte do Templo permaneçam de pé, o Muro Ocidental é especialmente querido, pois é o local mais próximo do Santo dos Santos, o foco central do Templo.

2) Símbolo Eterno

Os Sábios profetizaram que mesmo após a destruição do Templo, a Presença Divina nunca deixaria o Muro Ocidental, e que o Muro nunca será destruído. O Muro é dotado de santidade eterna, como diz o Talmude: “E eu farei desolados os vossos santuários” (Levítico 26:31) – isto significa que os santuários mantêm a sua santidade mesmo quando estão desolados.

Jerusalém foi destruído e reconstruído nove vezes. E através de tudo isso, um símbolo permaneceu intacto: o Muro Ocidental.

No estabelecimento da aliança eterna com Abraão, Deus prometeu que o povo judeu nunca seria destruído (Gênesis 17:7). Desta forma, o Muro é um símbolo do povo judeu: Assim como houve muitos esforços para destruir o Muro e ainda assim ele permanece eterno, assim também o povo judeu sobreviveu aos seus inimigos e permanece eterno. O Muro tornou-se assim o símbolo da devastação e da esperança.

Como Mark Twain escreveu: “…Outros povos surgiram e ergueram sua tocha por um tempo, mas ela queimou, e agora eles se sentam no crepúsculo, ou desapareceram. O judeu viu-os a todos, bateu-os a todos… Todas as coisas são mortais, mas o judeu; todas as outras forças passam, mas ele permanece. Qual é o segredo da sua imortalidade?”

3) Lugar de Peregrinação e Lágrimas

Há três mil anos, o rei David comprou o Monte Moriah e fez de Jerusalém a sua capital. Seu filho Salomão construiu o Santo Templo, e toda a nação judaica se reunia três vezes por ano nas festas de peregrinação.

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Jerusalém tornou-se o foco do mundo não-judeu também. Os mapas antigos mostram Jerusalém no epicentro da Ásia, Europa e África. Os não-judeus, atraídos por um poder espiritual magnético, trouxeram oferendas ao Templo. Quando o rei Salomão construiu o Templo, ele pediu especificamente a Deus para ouvir as orações dos não-judeus que vêm ao Templo (1-Rei 8:41-43). Nas palavras do profeta Isaías, esta foi “uma casa de oração por todas as nações”

O serviço no Templo Sagrado durante a semana de Sukkot apresentou um total de 70 ofertas de touro, correspondentes a cada uma das 70 nações do mundo. Na verdade, o Talmude diz que se os romanos (que destruíram o Templo) tivessem percebido o benefício que receberam do Templo, eles nunca o teriam destruído.

Durante os 1.900 anos de exílio, os judeus viajariam para Jerusalém com grandes despesas e perigo, apenas para ter a chance de orar no Muro. Diante de doenças, falta de água e bandidos saqueadores, os judeus se recusavam a abandonar Jerusalém. Barrados pela lei ou dizimados pelos cruzados, os judeus sempre voltavam.

O Talmude ensina que quando o Templo foi destruído, todas as Portas do Céu estavam fechadas, exceto uma: a Porta das Lágrimas. No Muro, os judeus sempre derramaram os seus corações para Deus. Assim ficou conhecido como o “Muro das Lamentações” por causa dos séculos de lágrimas intermináveis, derramadas pelos judeus ansiosos por reconstruir Jerusalém.

4) Foco das Orações

Três vezes ao dia, por milhares de anos, orações judaicas de todo o mundo têm sido dirigidas para o Monte do Templo.

A tradição Cabalística diz que todas as orações de todo o mundo ascendem a este lugar, de onde então ascendem ao céu. O Talmude diz: “Se alguém está orando fora da Terra de Israel, ele deve dirigir seu coração na direção de Israel. Ao orar dentro de Israel, direcione o coração para Jerusalém. Aqueles em Jerusalém devem dirigir seu coração para o Templo.

Atrás dos milênios, judeus de longe do globo se voltaram em oração para Jerusalém. Em cada casamento judeu, o noivo parte um copo para comemorar a destruição do Santo Templo. E fechamos cada Seder da Páscoa com as palavras ressonantes – “Próximo Ano em Jerusalém”

Como disse pungentemente o rabino Judah HaLevy: “Estou no ocidente, mas o meu coração está no oriente (Jerusalém).”

5) Construído com Amor e Dedicação

Uma lenda popular judaica registra:

Quando o Templo estava a ser construído, o trabalho era dividido entre diferentes sectores da população. A construção do Muro Ocidental caiu para os pobres, e eles trabalharam duro para construí-lo, pois não podiam se dar ao luxo de contratar operários para fazer seu trabalho por eles.

Quando o inimigo destruiu o Templo, os anjos desceram do alto e – espalhando suas asas sobre o Muro – disseram: “Este Muro, o trabalho dos pobres, nunca será destruído.” (de “Lendas da Terra de Israel”)

6) Local do heroísmo judaico

Quando o Primeiro e o Segundo Templos foram destruídos, e durante a revolta do Bar Kochba, os heróis de Israel lutaram como leões por cada pedra do Templo. Quando os Macabeus derrotaram os sírio-gregos, a primeira coisa que fizeram foi purificar o Templo e iluminar o santo Menorá. Isto tem servido como exemplo de bravura judaica desde então.

Na guerra israelo-árabe de 1948, quando as linhas de cessar-fogo foram traçadas, Jerusalém foi dividida e os judeus foram mais uma vez banidos do Muro Ocidental, sendo-lhes permitido apenas olhar através do arame farpado de longe… através da interminável extensão do tempo.

Na guerra dos Seis Dias, os pára-quedistas israelitas entraram na Cidade Velha através da Porta do Leão. “Har Habayit b’Yadeinu!” – veio o grito triunfante – “O Monte do Templo está em nossas mãos!” No meio de explosões de shofar, homens adultos choraram e dançaram na Muralha Ocidental. Depois de 2.000 anos, Jerusalém estava finalmente unida sob controle judeu, com livre acesso para todos.

O Muro Ocidental não é um mero bem histórico. É a raiz judaica – as raízes mais profundas que qualquer povo tem. Em outro lugar, nós nos esforçamos para ter uma visão. No Muro Ocidental, enquanto regamos o Muro com nossas lágrimas e derretemos as pedras com nossos beijos, alcançamos clareza e definimos quem somos, como a nação eterna de Deus.

Escrito pelo rabino Shraga Simmons. Baseado em parte em “O Muro Ocidental” (Ministério da Defesa de Israel)

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